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segunda-feira, 7 de outubro de 2013

O NOVO REI DOS LEÕES - Ad. Nicéas Romeo Zanchett


O NOVO REI DOS LEÕES 
Uma história antiga. 
Adap. Nicéas Romeo Zanchett 
                  Há muitos anos um inglês levou um burro para Uganda e, certa manhã, ele fugiu para o campo. Zurrou por tanto tempo e com tanto barulho que despertou um leão que estava tranquilamente dormindo. O leão levantou-se e ficou muito assombrado com aquele som e pensou: que bicho estranho é este, com orelhas compridas e pontudas, deve ser muito mais perigoso do que eu. 
                   Cautelosamente, se aproximou e perguntou: 
                   - Quem é o senhor? nunca o vi por aqui!
                   - Sou o rei dos leões, respondeu o burro. Não ouviu o meu desafio? 
                   - Ouvi sim, disse o leão. Mas não precisamos travar uma luta; podemos chegar a um acordo e fazer uma dupla contra todos os animais.
                   - Pois sim, respondeu o burro; e logo foram embora juntos. 
                    Depois de muito andar, chegaram junto a um riacho. O leão atravessou-o num único salto, mas o burro teve de atravessá-lo a nado e com muita dificuldade. 
                    - Você não sabe nadar? perguntou o leão. 
                    - Nadar?, claro que sei, disse o burro; nado como um pato, mas é que pesquei um enorme peixe com a minha cauda e ele quase me pucha para debaixo da água. Mas, já que está tão impaciente para irmos embora, vou largá-lo. 
                     Pouco tempo depois chegaram ao pé de um muro bem alto. O leão galgou-o facilmente e o burro conseguiu passar apenas as patas dianteiras, mas estava com dificuldade de fazer mais que isso. 
                     - O que é que estás fazendo? perguntou o leão. 
                     - Então não estás vendo? retorquiu o burro. Estou me pesando para saber se minha parte dianteira é tão pesada como a traseira. 
                     Depois de muito esforço, o burro conseguiu passar, e o leão lhe disse: 
                     - O senhor não tem nenhuma força. Vou lutar contigo. 
                     - Quando quiseres, respondeu o burro, mas primeiro devemos fazer uma experiência com as nossas forças. Quando vejo que não posso saltar  um muro eu o ponho abaixo. Vamos ver se és capas de fazer isso. 
                     O leão começou a bater no muro com as patas, mas feriu-se muito e teve de desistir. Em seguida o burro escoiceou o muro com tanta força que ele logo caiu. 
                     - Sim, já vi que o senhor tem mesmo muita força, disse o leão, lambendo as patas feridas. Quero que seja aclamado rei de todos os leões; vamos nos reunir com os outros moradores desta floresta. 
                     No dia seguinte reuniram-se todos os leões de Uganda, e o burro conduziu-os a um vale coberto por árvores cheias de espinhos. 
                    - Oh! por favor não vá por aí!, gritaram os leões cheios de terror. Os espinhos se enterrariam em nossas patas. 
                    - Mas que criaturas medrosas!, disse o burro. Olhem para mim. 
                    E para grande espanto dos presentes àquela assembléia, começou a comer as plantas espinhosas.  E assim foi aclamado, por unanimidade, Rei de todos os leões. Como o burro não comia carne, nunca se servia da caça que os seus súditos matavam. Dessa forma passou a ser considerado como o melhor rei de todos os tempos. 
Nicéas Romeo Zanchett 
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domingo, 6 de outubro de 2013

O COELHO QUE ENGANOU A RAPOSA - Por Nicéas Romeo Zanchett



O COELHO QUE ENGANOU A RAPOSA
Por Nicéas Romeo Zanchett 
                 No interior de Santa Catarina, Brasil,  havia um horticultor que produzia couves e cenouras. Mas sempre que ia à lavoura ficava desolado porque lhe roubavam suas melhores verduras. 

                 Um dia, resolveu que era preciso fazer alguma coisa ou os prejuízos o levariam á falência. Então fez uma armadilha com um laço de corda e pendurou num poste de madeira para pegar o ladrão. 
                 No dia seguinte, bem cedo, como costumava fazer, foi até sua lavoura e teve a grata surpresa de encontrar o ladrãozinho pendurado na corda. Era um pequeno e esperto coelho que gostava de fazer todos de bobos. 
                 - Ah! então é o senhor que me tem roubado esse tempo todo?, disse o horticultor. Espera aí que logo volto para acertarmos nossas contas.
                 E saiu em direção ao bosque, onde pretendia conseguir um bom pedaço de pau. Mas, enquanto o horticultor procurava a madeira, passou por ali uma raposa e, curiosa, perguntou ao coelho: 
                 - O que você está fazendo aí pendurado nessa corda? 
                 O esperto coelhinho não respondeu, mas apenas sorria enquanto se balançava no ar. Por fim disse: 
                 - Ora! não é nada demais; o horticultor me pendurou aqui para impedir-me de ir embora, pois gosta tanto de mim que quer me levar para casa deles, onde haverá uma grande festa. 
                 - Festa? com quem? perguntou a raposa. 
                 - Com uns amigos dele que irão ao banquete de casamento de sua filha. Eu não quero ir porque meus filhinhos estão com febre e preciso avisar o médico na cidade. 
                 - Olha, disse a raposa;  eu quero ir contigo a esta festa. Tenho muita fome e será a oportunidade de tirar a barriga da miséria. Espera que vou soltá-la para que vá logo chamar o médico; para não haver problemas vou ficar no seu lugar e assim enganaremos o horticultor.
                 Rapidamente a raposa libertou o coelho e pôs a corda no próprio pescoço. O coelho, em liberdade, desapareceu. 
                 Passados alguns minutos chegou o horticultor armado de um pedaço de pau. 
                 - Ora essa!, exclamou. Tenho ouvido falar de pessoas que se encolhem de medo; mas nunca vi um caso de alguém que tenha se inchado como você. E não é nada pouco, pois está quatro vezes maior do que era a alguns minutos, e até mudou a cor da pele.  Deixe que agora vou sacudir toda a sua poeira. E começou a surrar a raposa, mas o pedaço de madeira quebrou e ele teve de voltar ao mato para buscar outro. 
                 - Olá sra. raposa! gritou o coelho, que estava escondido ali perto. E continuou a zombaria: - Ainda não acabou o banquete? 
                 A raposa estava muito zangada, mas precisava de ajuda e, naquele momento, o melhor era fingir-se de amiga. 
                 -  Por favor, amiga, me tire daqui, pois aquele bruto acabará me matando. Fique tranquila que já a perdoei, só quero salvar minha vida e voltar para os meus filhos, suplicou insistentemente. 
                 O coelho, com um pouco de pena, soltou a pobre raposa, e quando o horticultor voltou já não encontrou mais ninguém. Os dois fugiram pelos campos e matas, onde acabaram sendo bons amigos, unidos pelas travessuras. A partir de então uniram a força da raposa e a esperteza do coelho para continuarem enganando o pobre horticultor. 
Nicéas Romeo Zanchett 

MORAL DA HISTÓRIA
Às vezes é melhor fazer um acordo do que tudo perder por arrogância.
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O DIAMANTE DO JUDEU RICO - de Contos do Talmud


O DIAMANTE DO JUDEU RICO 
Por Nicéas Romeo Zanchett 
               Um sábio pescador, vizinho de um judeu muito rico, num certo dia que o encontrou, disse-lhe: 
               - Meu caro vizinho, na vida, muitas vezes, a fortuna passa das mãos do rico para as do pobre. 
                O judeu fincou tão impressionado com aquelas palavras que vendeu tudo o que tinha  e, com o dinheiro, comprou o maior diamante que existia na face da terra e o escondeu debaixo do seu turbante. Pensou ele:
                - Agora estou tranquilo, pois meu vizinho pobre nunca porá as mãos na minha riqueza. 
                Um certo dia, quando passeava pela praia, de repente, surgiu uma forte ventania e levou seu turbante para alto mar. Então pensou ele: 
                - É verdade que perdi meu diamante, mas, como foi para alto mar, meu vizinho nunca porá suas mãos sobre ele.
                Mas, passados alguns dias, o sábio pescador voltou do mar e foi abrir os peixes. Qual não foi sua grata surpresa; dentre de um peixe ele encontrou o valioso diamante do avarento judeu. 
desenho de Romeo Zanchett 
MORAL DA HISTÓRIA
Às vezes a sorte está onde menos pensamos encontrá-la. 
Nicéas Romeo Zanchett