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domingo, 6 de outubro de 2013

O COELHO QUE ENGANOU A RAPOSA - Por Nicéas Romeo Zanchett



O COELHO QUE ENGANOU A RAPOSA
Por Nicéas Romeo Zanchett 
                 No interior de Santa Catarina, Brasil,  havia um horticultor que produzia couves e cenouras. Mas sempre que ia à lavoura ficava desolado porque lhe roubavam suas melhores verduras. 

                 Um dia, resolveu que era preciso fazer alguma coisa ou os prejuízos o levariam á falência. Então fez uma armadilha com um laço de corda e pendurou num poste de madeira para pegar o ladrão. 
                 No dia seguinte, bem cedo, como costumava fazer, foi até sua lavoura e teve a grata surpresa de encontrar o ladrãozinho pendurado na corda. Era um pequeno e esperto coelho que gostava de fazer todos de bobos. 
                 - Ah! então é o senhor que me tem roubado esse tempo todo?, disse o horticultor. Espera aí que logo volto para acertarmos nossas contas.
                 E saiu em direção ao bosque, onde pretendia conseguir um bom pedaço de pau. Mas, enquanto o horticultor procurava a madeira, passou por ali uma raposa e, curiosa, perguntou ao coelho: 
                 - O que você está fazendo aí pendurado nessa corda? 
                 O esperto coelhinho não respondeu, mas apenas sorria enquanto se balançava no ar. Por fim disse: 
                 - Ora! não é nada demais; o horticultor me pendurou aqui para impedir-me de ir embora, pois gosta tanto de mim que quer me levar para casa deles, onde haverá uma grande festa. 
                 - Festa? com quem? perguntou a raposa. 
                 - Com uns amigos dele que irão ao banquete de casamento de sua filha. Eu não quero ir porque meus filhinhos estão com febre e preciso avisar o médico na cidade. 
                 - Olha, disse a raposa;  eu quero ir contigo a esta festa. Tenho muita fome e será a oportunidade de tirar a barriga da miséria. Espera que vou soltá-la para que vá logo chamar o médico; para não haver problemas vou ficar no seu lugar e assim enganaremos o horticultor.
                 Rapidamente a raposa libertou o coelho e pôs a corda no próprio pescoço. O coelho, em liberdade, desapareceu. 
                 Passados alguns minutos chegou o horticultor armado de um pedaço de pau. 
                 - Ora essa!, exclamou. Tenho ouvido falar de pessoas que se encolhem de medo; mas nunca vi um caso de alguém que tenha se inchado como você. E não é nada pouco, pois está quatro vezes maior do que era a alguns minutos, e até mudou a cor da pele.  Deixe que agora vou sacudir toda a sua poeira. E começou a surrar a raposa, mas o pedaço de madeira quebrou e ele teve de voltar ao mato para buscar outro. 
                 - Olá sra. raposa! gritou o coelho, que estava escondido ali perto. E continuou a zombaria: - Ainda não acabou o banquete? 
                 A raposa estava muito zangada, mas precisava de ajuda e, naquele momento, o melhor era fingir-se de amiga. 
                 -  Por favor, amiga, me tire daqui, pois aquele bruto acabará me matando. Fique tranquila que já a perdoei, só quero salvar minha vida e voltar para os meus filhos, suplicou insistentemente. 
                 O coelho, com um pouco de pena, soltou a pobre raposa, e quando o horticultor voltou já não encontrou mais ninguém. Os dois fugiram pelos campos e matas, onde acabaram sendo bons amigos, unidos pelas travessuras. A partir de então uniram a força da raposa e a esperteza do coelho para continuarem enganando o pobre horticultor. 
Nicéas Romeo Zanchett 

MORAL DA HISTÓRIA
Às vezes é melhor fazer um acordo do que tudo perder por arrogância.
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