O CHACAL E O LEÃO
Adaptação: Nicéas Romeo Zanchett
Durante um forte verão africano, quando as temperaturas atingiram picos de calor, secaram todos os rios e os animais não tinham água para beber. Vagavam pelas planícies sem rumo, e depois de muito caminhar encontraram uma pequena fonte; mas quase não tinha água.
- Vamos nos unir e cavar um grande poço, disse o leão, e assim teremos água suficiente para todos bebermos.
O chacal, que era muito folgado e preguiçoso, negou-se a trabalhar com os outros animais; estes, quando concluíram o trabalho, disseram:
- Nosso poço está pronto , mas agora precisamos vigiar o poço para que o chacal não venha beber nossa água, pois sua preguiça não o deixou nos ajudar.
- Eu me encarrego disso, falou o leão; e se esse preguiçoso folgado vier beber uma única gota, dou cabo dele.
Depois de algum tempo chegou o chacal e começou a brincar alegremente em volta do poço. Sentou-se ao lado do leão, e sem beber uma única gota de água, tirou do bolso um bom pedaço de excelente favo de mel, e disse:
- Como pode ver, senhor leão, não estou com sede. Olhe só que mel delicioso eu trouxe comigo!
- Deixe-me provar, disse o leão.
E o chacal deu-lhe um pouco do mel para provar.
- Que mel maravilhoso! acrescentou o leão. Dê-me mais um bocadinho, meu caro amigo chacal.
- Naturalmente! meu predileto amigo. Mas para melhor apreciar seu doce sabor deve ditar-se de costas e deixar que eu lhe coloque na boca, respondeu o chacal.
Sem pensar duas vezes, o leão deitou-se logo de costas e começou a agitar as peludas patas, imaginando o delicioso banquete que lhe seria dado em seguida.
- Tenho medo que me faça algum mal com suas grandes unhas, disse o chacal. Deixe-me amarrar-lhe as patas e assim poderei me aproximar melhor para servir-lhe o mel na boca, sem nenhum receio.
Então o leão deixou que o chacal olhe amarrasse as patas com uma grossa corda; mas o chacal, em vez de lhe dar o mel que prometera, correu logo para o poço e bebeu água até se fartar.
O leão ficou olhando, mas quando viu que já estava saindo em direção à sua casa, falou-lhe logo:
- Senhor Chacal! Senhor Chacal! Querido Senhor Chacal! está esquecendo de mim; não me deixe aqui com as patas amarradas. Todos os animais irão rir de mim e perderei minha autoridade de rei da selva. Pela honra de meu nome, sempre deixa-lo-hei beber quanta água queira se imediatamente me der a liberdade.
Então o chacal pensou: - se eu não libertar o leão, qualquer outro o fará e o rei dos animais não descansará enquanto não se vingar de mim. Será melhor confiar na palavra dele e libertá-lo antes que chegue alguém.
O chacal aproximou-se do leão, deu-lhe um pouco de mel e o libertou, como haviam combinado anteriormente.
E cumprindo a palavra de rei, o leão deu ordem a todos os animais que sempre deixassem o chacal beber quanta água quisesse.
Nicéas Romeo Zanchett
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Moral da história: Muitos prometem o que não desejam cumprir. Os espertalhões usam sua inteligência para enganar e tirar vantagens.
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