O REI A ÁGUIA E O CAÇADOR
Fábula adaptada por
Nicéas Romeo Zanchett
Era uma vez, um caçador que encontrou, no ninho, um filhote de águia da espécie "milhafre" e resolveu doá-lo ao rei. Como se tratava de um animalzinho raro, achou que sua majestade ficaria muito feliz com o presente.
Realmente o rei ficou feliz, mas quando o apanhou este lhe cravou as garras no nariz, sem se preocupar de estar ferindo uma majestade.
O rei, para não demonstrar fraqueza, visto que é o todo poderoso, ficou calado e sem gritar pela dor que sentia.
Empoleirado no nariz do rei, o pássaro ficou quieto, como se estivesse curtindo a sua dor. Seu dono o chamava, gritava, mostrava-lhe o punho que poderia castigá-lo, mas nada o fazia mexer-se ou soltá-lo. Tentar tirá-lo dali à força seria a forma mais certa de causar maior sofrimento para o rei.
Emfim, a pequena águia resolveu largar o nariz do rei. E este disse aliviado:
- Deixai que os dois vão em paz. Que saiam daqui, seja como for.
Foi um milagre que sua majestade não tenha mandado os dois para a guilhotina. A corte ficou pasma, sem entender a bondade do rei. Os cortesões não cessaram de exaltar o tal feito do atrevido caçador. Poucos reis seriam capazes de tal atitude.
O caçador, que pensava com este presente receber em troca benefícios que poderiam torná-lo rico, teve de deixar imediatamente o palácio. A ave de rapina nunca fora educada para estar junto a um rei e tudo deu errado. E assim o simplório caçador voltou para casa envergonhado e sem esperança. Mas, como lucro, teve sua vida poupada.
MORAL DA HISTÓRIA: É mais fácil encontrar um simplório caçador do que um rei indulgente.
Nicéas Romeo Zanchett
Nenhum comentário:
Postar um comentário