UM PASSARINHO NA GAIOLA
Por Nicéas Romeo Zanchett
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Alguns garotos saíram para caçar passarinhos. Depois de algumas tentativas fracassadas, finalmente conseguiram prender dois indefesos animaizinhos.
Os pequeninos pássaros, em vão, tentavam fugir; se debatiam muito e até se feriram. Junto deles os dois meninos se sentiam vitoriosos e comentavam o sucesso de sua incursão.
Já estavam voltando para casa quando se lhes aproximou um homem que, falando com dificuldade lhes perguntou:
- Querem vender-me esses passarinhos?
O mais esperto respondeu:
- Queremos!, mas depende de quanto vai nos pagar; e foi logo dando um bom preço para fechar o negócio.
O homem não hesitou. Meteu a mão no bolso e retirou a quantia que haviam pedido; pagou os meninos e apossou-se da gaiola.
Os garotos já se preparavam para dividir a quantia, quando um gesto do estranho senhor lhes chamou a atenção. Depois de tomar cada uma das avezinhas na mão, acariciou-as e as deixou voar em liberdade. Os passarinhos, doidos de alegria, alçaram voo e desapareceram nos céus.
Os garotos, desgostosos, chegaram-se ao homem, e um deles disse:
- Se soubessemos que faria isso, não teríamos vendido!
O homem, num tom de tristeza, respondeu:
- Meu filho, dizes isto porque não sabes o que é uma prisão. Já estive preso injustamente na Itália, durante a guerra, e conheço a dor da separação dos meus ente-queridos. Sofri horrores. Se pudesses imaginar a minha aflição, longe dos meus, sem ar, sem luz, sem uma palavra amiga, não terias esse gesto injusto. Foi por isso que tive pena das avezinhas e comprei-as para libertá-las. O desejo de Deus é que todos sejamos livres. A liberdade é fundamental para que se possa ser feliz.
E o homem continuou dizendo: Imaginem se estes passarinhos estivessem procurando alimento para seus filhotes; eles não iriam mais voltar para casa e seus filhotinhos morreriam de fome.
Os meninos, comovidos, não puderam dizer nada, até que o mais velho, vencendo a emoção, tirou o dinheiro do bolso e, devolvendo ao homem disse:
- Nos queremos partilhar da liberdade das avezinhas; por favor tome de volta o dinheiro e nos perdoe.
Muitas pessoas mantém pássaros presos em gaiolas dizendo que fazem isto porque os amam. Mas isto não é verdade. Tiram a liberdade deles pelo simples prazer e isto não é amor, mas egoísmo. Quem ama liberta. Também existem pessoas criminosas que se utilizam de animais indefesos, e até pássaros para promover as "rinhas". É um prazer tão infame que só pode ser praticado por pessoas espiritualmente muito doentes. Para os animais é um sofrimento terrível, que nem se pode imaginar.
Diariamente ouvimos notícias de policiais prendendo pessoas que fazem tráfico de animais. Mas, como as multas e a condenações são brandas, eles continuam com suas atividades criminosas. Infelizmente a nossa justiça não é perfeita e pouco tem feito para acabar com esse crime. Dependemos de leis e penalidades mais duras.
Note como o pássaro da gaiola está triste.
Se você souber de alguém que esteja praticando um crime contra qualquer animal, denuncie imediatamente. No Rio de janeiro o telefone é 22531177.
Nicéas Romeo Zanchett
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