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quinta-feira, 18 de julho de 2013

OS GNOMOS DA MINA DE OURO - Nicéas R.Zanchett


OS GNOMOS DA MINA DE OURO 
Por 
Nicéas Romeo Zanchett 
                      Na Suécia, ha muitos anos, havia um rei muito poderoso. Numa certa ocasião suas terras foram invadidas por um bando de selvagens bárbaros e ferozes; o rei temia por sua filha, a princesinha Charlotte. Ele deveria sair para combater os invasores do seu reino, mas, antes de partir, mandou cavar uma grande caverna no meio de uma floresta solitária. Para ali mandou levar grandes provisões de alimentos, muita água e também velas. Momentos antes de sua partida, sem que  ninguém soubesse, levaria a princesa  Charlotte para esse lugar, onde ficaria totalmente segura, enquanto estivesse fora do seu palácio. 
                       O jovem Conde Elias, que era namorado da princesinha, sempre acompanhava o rei em suas viagens e batalhas. Como era de confiança absoluta, foi a única pessoa a saber das providências que ele havia tomado para garantir a segurança da filha. Este, juntamente com o rei, levaram a princesinha até o esconderijo, fechando bem a entrada secreta. Deixaram-na ali trancada e prometeram voltar logo. 
                       Quando o dia amanhecer, uma das criadas foi até o quarto da princesinha para acordá-la, mas não a encontrou. Ficou apavorada com seu sumiço. O alarme foi dado, mas logo perceberam que o rei e o Conde Elias também haviam sumido. Não havia nada que se pudesse fazer, a não ser esperar e rezar. 
                      Muitos dias de luta se passaram nas florestas da Suécia. Mas, infelizmente, os selvagens mataram o rei, seus soldados e depois devastaram o pais. O Conde Elias foi ferido gravemente e levado por dois servos fiéis para a Noruega. Lá permaneceu em tratamento por muito tempo. 
                      A princesa Charlotte continuava no seu esconderijo. Estava muito triste e perdendo as esperanças de que seu namorado a viesse retirar dali. Então percebeu que seus alimentos e a água estavam acabando. Resolveu, então, procurar uma saída. Começou escavar a terra, mas, sem saber o rumo certo da saída, cavou em direção a outra caverna debaixo da terra.
                      Acendendo a última das velas, entrou nessa caverna e seguiu por um corredor até encontrar uma saída; por fim chegou a uma grande abertura subterrânea que era atravessada por um rio muito largo. Andando mais um pouco, avistou uma  grande fornalha e em volta dela, uma multidão de pequenos gnomos que viviam muito ocupados procurando ouro e aquela fornalha era onde o fundiam. 
                      Depois de alguns minutos ela foi descoberta pelos gnomos que gritavam: 
                     - Matem-na! Ela descobriu nossa mina de ouro e deve morrer! Vamos matá-la! gritavam muito zangados. 
                     - Não!, disse o rei deles; ela pode nos ser muito útil e, portanto, não devemos matá-la. Como sabem, nos perdemos a rã que nos avisava quando ia chover para sairmos logo e não sermos mortos na inundação da mina. Ela nos serve para esse trabalho. Olhem! 
                      E com uma varinha estranha, tocou na princesa, que logo se transformou numa rã. Depois pegaram um vaso de cristal transparente e encheram-no com água limpa e ali colocaram Charlotte. 
                      - Agora saberemos quando vai chover, disso o reizinho dos gnomos; quando é tempo bom Dona Rã sempre fica na superfície da água; quando chove, senta-se lá no fundo.
                      Foi assim que a princesinha se tornou um instrumento para saber se o clima seria chuvoso ou de sol. Acontece que justamente naquele momento estava chovendo muito lá fora, e sem saber porque  o fazia, Charlotte desceu até o fundo do vaso e ali agachou-se o mais que pode. 
                      No princípio os gnomos pensaram que ela estava fazendo aquilo porque se sentia triste e magoada por ter sido transformada em rã. Mas quando a chuva aumentou, as águas do rio subterrâneo, rapidamente, transbordaram e apagaram a fogueira,  onde eles estavam fundindo o seu ouro. A mina ficou inundada e todos abandonaram o local, o mais rápido que puderam. 
                      Nem um palmo de terra ficara enxuto e os gnomos fugiram pelo corredor em direção ao lugar onde o rei e o conde tinham deixado a princesinha escondida. Entretanto, o local era muito pequeno para caber todos eles; então fizeram uma abertura e saíram à procura de um lugar maior, onde todos pudessem esperar até a chuva passar e o rio baixar.

                     Felizmente não se esqueceram de Charlotte; para eles ela era muito importante, pois lhes alertaria para os riscos de uma chuva repentina. Puseram o vaso, com rã dentro,  em cima de uma padiola e dois gnomos a carregaram pela floresta escura.  Nesse momento o Conde Elias estava de volta, já completamente curado e cheio de saudade. 
                    Ao chegar na entrada da caverna, o Conde Elias com seu exército deram de cara com os gnomos que fugiam às pressas.  Na fuga deixaram cair o vaso com a rã. Charlotte, muito feliz por encontrar seu grande amor, saltou para fora do vaso de cristal e pulou sobre o Conde Elias. 

                    - Que coisa mais esquisita! disse Elias; pegou a rã com muito carinho e foi até a caverna e viu que estava vazia. Então, achando graça naquele pequeno animalzinho que parecia gostar dele, beijou-a, e ela imediatamente voltou a ser a linda princesinha Charlotte. 

                    Depois de derrotar os últimos selvagens que ainda resistiam, o Conde casou-se com Charlotte e passou a ser o novo rei da Suécia.  Com seu exército, entrou na mina dos gnomos, onde havia ouro suficiente para reconstruir as vilas e aldeias que tinha sido destruídas pelos selvagens.
                    No final, o sofrimento e as tristezas da princesinha Charlote foram recompensadas, pois trouxeram muita felicidade ao reino. Ali, com seu amado rei viveram felizes para sempre, protegendo e amando todas as rãs e animais que haviam na floresta. 
Nicéas Romeo Zanchett 
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